ARTIGOS - Tributo a Agnaldo Rayol, o "Monstro Sagrado" da música universal - Por Lino Tavares
Tributo a Agnaldo Rayol, o "Monstro Sagrado" da música universal
Lino Tavares
A música universal sofre, neste 4 de novembro de 2024, um desfalque de grande proporção, com a derradeira partida de Agnaldo Rayol, um espécie de monstro sagrado, não apenas do Brasil como também do mundo inteiro, pois seu vasto repertório musical não tinha fronteiras, haja vista sua versatilidade interpretativa que encarava com seriedade e talento ímpar todo e qualquer gênero musical de qualquer parte do Planeta. Cantando a marchinha "Em nome do Amor", que interpretava com a suavidade de seu barítono peculiar , ou "Granada", que traduzia nos palcos com o grave de um tenor, Agnaldo Rayol era aplaudido de pé, com a plateia revelando apreço sempre tomada pela emoção. Vivenciamos, nos anos dourados da segunda metade do século passado, movimentos mágicos da música brasileira, como a "Bossa Nova", a "Jovem Guarda". o "Tropicalismo" e o "Sertanejo", e em todos eles esse extraordinário artista brasileiro marcou presença, cantando e encantando multidões.
Seria inviável, pela falta de espaço, descrever aqui tudo quanto Agnaldo Rayol fez na música, no rádio, na televisão e no cinema, elevando aos píncaros da glória a arte brasileira como um todo, em seus bem sucedidos 70 anos de carreira, nos quais foi com maestria cantor, ator e apresentador de primeira grandeza. Por essa razão, sintetizo sua vasta trajetória artística, mencionado canções inesquecíveis a que deu alma e vida, tais como ""Ave Maria", "Minha Gioconda", "Fascinação", "Panis Angelicus", "Creio em ti", "A Praia", "Acorrentados", "Dio Como Ti Amo", "Foi Deus", "Se todos fossem iguais a você", "As Rosas Não Falam", História de um amor", "Amazing Grace", "Io Che Amo Solo Te", "O Ébrio" e inúmeras outras. Como apresentador, destacou-se na TV Record nos programas "Agnaldo Rayol Show" e "Corte Rayol Show", além de apresentar o programa "Festa Baile", na TV Cultura. Bem apessoado fisicamente, viveu papel de galã nas novelas da Record "A Última Testemunha", "As Pupilas do Senhor Reitor", "Os Deuses Estão Mortos" e "Sol Amarelo", além de "Dulcinéia vai à Guerra", "A Deusa Vencida", "Os Imigrantes" (Bandeirantes), e " o "Meu Cunhado" (SBT). No cinema, teve importantes participações em filmes como "Mazzaropi", e "Cauby - Começaria Tudo Outra Vez".
Agnaldo Coniglio Rayol nasceu no Rio de Janeiro em 3 de maio de 1938. Começou a carreira de cantor, ainda na infância, no programa "Papel Carbono", da Rádio Nacional, apresentado por Renato Murce. Deixa como legado exemplos ímpares de perseverança, cidadania e espírito de solidariedade humana, tendo feito de sua profícua existência um sacerdócio a serviço da arte, atividade que exerceu sempre estendendo a mão aos que buscavam um lugar ao sol, como o cantor Ronnie Von, a quem abriu caminhos no meio artístico, tornando-se dele, nesta hora de despedida, alvo de enorme gratidão.
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