POLÍTICA: Brasília, 64 anos de existência e 40 de desmandos no Poder Central - Por Lino Tavares
São Paulo - SP, domingo, 21 de abril de 2024
Brasília, 64 anos de existência e 40 de desmandos no Poder Central
Por Lino Tavares
A data de 21 de Abril, que, há pouco mais de 64 anos, era tão somente um feriado nacional, reverenciando a memória de Tiradentes, o Herói da Inconfidência, passou a significar também aquela data que entraria para a história como o dia do aniversário de inauguração de Brasília, a nova capital brasileira, brotada no Planalto Central pela índole realizadora de JK, o ideal paisagístico de Lúcio Costa e o traçado arquitetônico de Oscar Niemeyer.
A data de 21 de Abril, que, há pouco mais de 64 anos, era tão somente um feriado nacional, reverenciando a memória de Tiradentes, o Herói da Inconfidência, passou a significar também aquela data que entraria para a história como o dia do aniversário de inauguração de Brasília, a nova capital brasileira, brotada no Planalto Central pela índole realizadora de JK, o ideal paisagístico de Lúcio Costa e o traçado arquitetônico de Oscar Niemeyer.
Inaugurada como a capital da esperança de todos os brasileiros, que viam nela o despontar de uma era de progresso no coração geográfico do Brasil, pode-se dizer hoje, 64 anos depois, que Brasília correspondeu a todas as expectativas naquilo que hoje representa como cidade-modelo e polo catalisador de progresso no Centro-Oeste brasileiro, até então relegado ao segundo plano em relação ao desenvolvimento pujante, que era um privilégio do Sul, Sudeste e parte do Nordeste do país.
O mesmo não se pode dizer, porém, em relação àquilo que Brasília representou, também, como perspectiva de mudança de rumos da era republicana, capaz de proporcionar ao regime de governo que substituiu o Império a sonhada estabilidade política e institucional, destinada a colocar o Brasil entre as democracias mais avançadas do Planeta. Até então, nossa claudicante “República de bananas” não fora mais do que uma sucessão de conflitos intestinais nas altas cúpulas do poder, em meio aos quais a Nação viveu um golpe de estado sucedido pela ditadura do Estado Novo e, menos de uma década depois, o suicídio do presidente Getúlio Vargas, que quase levou o país a uma séria crise institucional.
Com o advento de Brasília, a impressão que se tinha era de que os nossos desarranjos republicanos ficariam sepultados no velho Palácio do Catete, no Rio de Janeira, que perdia a condição de capital do Brasil e passava a investir nos seus dotes turísticos, para consolidar de vez sua condição de principal cartão postal do Brasil. Mas, para desencanto de nossa gente, não foi bem isso o que aconteceu. O histórico de Brasília, como capital da República, nesses 64 anos existenciais é, por todos os títulos, desalentador.
Começou com a renúncia de Jânio Quadro, cuja gestão não foi além de um “período de gestação”, teve continuidade no governo entreguista de João Goulart, que forçou um contragolpe anticomunista seguido de 20 anos de regime de exceção, e voltou à plenitude democrática, mergulhando de forma trágica num mar de desmandos e corrupção, iniciado no pusilânime governo Sarney, passando pelo Impeachment de Collor, vivendo a “paz dos cemitérios” na gestão Itamar Franco, ingressando na era das barganhas estilo FHC, responsável pelo amoral instituto da reeleição de si mesmo, sucedido pelo desgoverno corrupto da Era PT, com os escândalos do Mensalão e Petrolão, vivendo quatro anos de gestão limpa e implacavelmente perseguida do governo de Jair Bolsonaro e culminando com a politização do Poder Judiciário, cuja Corte Suprema 'descondenou' Lula da Silva, condenado em três instância por assalto aos cofres públicos, contribuindo, em conluio com a Justiça Eleitoral, para que o meliante tirado da cadeia voltasse à Presidência da Nação, ou seja, ao cenário em que perpetrara seus crimes de lesa-Pátria, colocando assim nosso país no rumo de um precipício em que, com a leniência das Forças Armadas que aí estão, forçosamente acabará mergulhado.
O mesmo não se pode dizer, porém, em relação àquilo que Brasília representou, também, como perspectiva de mudança de rumos da era republicana, capaz de proporcionar ao regime de governo que substituiu o Império a sonhada estabilidade política e institucional, destinada a colocar o Brasil entre as democracias mais avançadas do Planeta. Até então, nossa claudicante “República de bananas” não fora mais do que uma sucessão de conflitos intestinais nas altas cúpulas do poder, em meio aos quais a Nação viveu um golpe de estado sucedido pela ditadura do Estado Novo e, menos de uma década depois, o suicídio do presidente Getúlio Vargas, que quase levou o país a uma séria crise institucional.
Com o advento de Brasília, a impressão que se tinha era de que os nossos desarranjos republicanos ficariam sepultados no velho Palácio do Catete, no Rio de Janeira, que perdia a condição de capital do Brasil e passava a investir nos seus dotes turísticos, para consolidar de vez sua condição de principal cartão postal do Brasil. Mas, para desencanto de nossa gente, não foi bem isso o que aconteceu. O histórico de Brasília, como capital da República, nesses 64 anos existenciais é, por todos os títulos, desalentador.
Começou com a renúncia de Jânio Quadro, cuja gestão não foi além de um “período de gestação”, teve continuidade no governo entreguista de João Goulart, que forçou um contragolpe anticomunista seguido de 20 anos de regime de exceção, e voltou à plenitude democrática, mergulhando de forma trágica num mar de desmandos e corrupção, iniciado no pusilânime governo Sarney, passando pelo Impeachment de Collor, vivendo a “paz dos cemitérios” na gestão Itamar Franco, ingressando na era das barganhas estilo FHC, responsável pelo amoral instituto da reeleição de si mesmo, sucedido pelo desgoverno corrupto da Era PT, com os escândalos do Mensalão e Petrolão, vivendo quatro anos de gestão limpa e implacavelmente perseguida do governo de Jair Bolsonaro e culminando com a politização do Poder Judiciário, cuja Corte Suprema 'descondenou' Lula da Silva, condenado em três instância por assalto aos cofres públicos, contribuindo, em conluio com a Justiça Eleitoral, para que o meliante tirado da cadeia voltasse à Presidência da Nação, ou seja, ao cenário em que perpetrara seus crimes de lesa-Pátria, colocando assim nosso país no rumo de um precipício em que, com a leniência das Forças Armadas que aí estão, forçosamente acabará mergulhado.
Vale dizer, portanto, que, destes 64 anos de existência, que a Capital brasileira comemora neste 21 de abril de 2024, apenas os 20 anos do Governo dos militares e os 4 anos da imaculada gestão Jair Messias Bolsonaro merecem ser comemorados na plenitude. Nos outros 40 anos, Brasília foi usada e abusada por traidores pátrios e mercenários, que ocuparam o Palácio do Planalto para se locupletarem econômica e ideologicamente, satisfazendo seus apetites de enriquecimento ilícito e de poder.
Parabéns pelo texto. Síntese de uma realidade.
ResponderExcluirObrigado por seu comentário. Como antigo comandante na Brigada Militar, você sabe avaliar o que realmente viveu esta capital estuprada pela politicagem pueril.
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